terça-feira, 13 de março de 2012

RN vai revitalizar cultura no Brasil

A cultura do arroz vermelho será revitalizada no Brasil a partir do Rio Grande do Norte. A Embrapa Meio Norte está desenvolvendo duas novas variedades de grãos. A MNA 901 e a MNA 902 foram plantadas no Assentamento Lagoa do Saco, no município de Felipe Guerra, e apresentam perda média de apenas 30%, enquanto as demais variedades cultivadas (RN 801 e RN 802) originam perda superior a 40%.
Para a fase experimental, foram plantados 700 metros quadrados das variedades MNA 901 e MNA 902. Já para a próxima safra, que ocorrerá entre os meses de junho e novembro, a área plantada será de seis a dez hectares. Os resultados e impressões dessa pesquisa foram apresentados durante o Seminário "Manejo Orgânico de Novas Variedades de Arroz Vermelho", evento promovido pelo Sebrae no Estado, que reuniu dezenas de produtores no Assentamento.
"Ficamos muito satisfeitos com o resultado, e para a próxima safra vamos investir mais nas variedades. Nossa intenção é continuar ampliando a área plantada de acordo com os resultados", assegurou José Rildo, presidente da Associação dos Produtores de Arroz Vermelho do Assentamento Lagoa do Saco, formada por 16 associados.
Além da longa tradição no cultivo, o engajamento dos produtores locais e as condições locais de solo e clima convergem para o processo de revitalização da cultura do arroz vermelho no Estado, atesta o pesquisador da Embrapa Meio Norte.
"O Rio Grande do Norte possui condições privilegiadíssimas, e ainda tem a vantagem de cultivar o produto em dois períodos do ano. Isso aumenta ainda mais a produtividade e garante ainda mais destaque ao Estado na produção do arroz", pontua.

Apenas o RN e a PB produzem essa variedade
No Brasil, apenas os Estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba desenvolvem trabalho voltado para o cultivo do arroz vermelho, sendo que, ainda segundo o pesquisador, o produto paraibano, apesar de ser cultivado em uma área maior, apresenta qualidade e produtividade inferiores frente o arroz potiguar.
Diante do amplo mercado, o Sebrae-RN desenvolverá uma série de ações junto a parceiros e rizicultores do Assentamento Lagoa do Saco, com vistas a melhorar o processo produtivo ainda manual e artesanal, e conquistar mais espaço no território nacional. Desde 2008, a Instituição oferece assessoria e orientação através do Projeto Arroz do Vale do Apodi.
As capacitações oferecidas ao longo dos três anos de capacitação renderam aos produtores de Felipe Guerra a conquista da certificação em Produção Orgânica, como Organismo de Controle Social - Venda Direta, concedido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), no ano passado. DeFato

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