Bristot destaca que o mais indicado para os agricultores de Mossoró e toda região Oeste é o plantio de culturas mais perenes como o feijão, de produção mais precoce.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Lavoura de Mossoró, Francisco Gomes, reconhece ser um pouco tarde para plantar milho. Entretanto, ele observa que os agricultores estão trabalhando com uma semente mais precoce, que leva entre 55 e 60 dias para chegar ao ponto de colheita. "Houve uma retomada das chuvas no final de semana e se continuar assim ainda dá para plantar e tirar uma boa safra", opina o sindicalista.
Entretanto, o mesmo pensamento otimista não é compartilhado pelos agricultores. Na localidade de Passagem do Rio, dois deles se mostraram pessimistas com a safra deste ano.
Seu Nicácio Carmo de Medeiros diz que o inverno está "muito feio", bem longe do que ele esperava. "Estou sem muita fé. A chuva era para ter começado em fevereiro e está acabando março e praticamente nada", justifica o pessimismo.
O agricultor que já fez um plantio de milho em fevereiro, mas a lavoura não vingou. "Mas se o inverno 'pegar' eu volto a plantar de novo", assegura, sem preguiça, no alto dos seus 60 anos de vida.
Já seu Antônio de Medeiros Lopes, ou Antônio Mossoró, como é mais conhecido, foi mais longe e plantou três hectares de terra com milho a partir de meados de fevereiro. Agora, com pés de milho de todos os tamanhos lhe cercando, o agricultor espera pelas chuvas para não perder o seu trabalho. "Se tivesse chovido mais, os pés de milho já estariam bem maior. Mas se voltar a chover dá para salvar a lavoura", pondera.
Se o inverno não for bom, vai prejudicar também o programa de Banco de Sementes do Governo do Estado. Neste ano, estão sendo distribuídas 390 toneladas de sementes para reabastecimento dos bancos, sendo 150 toneladas de milho.
Agricultores compram milho para animais
A safra de 2011 já não foi das melhores e a expectativa pouco otimista para este ano está deixando os agricultores preocupados. É que sem colher, os produtores rurais são obrigados a ir às compras "na cidade" em busca de alimento para a família e os animais. Seu Nicácio conta que precisa comprar feijão para a família e milho para "os bichos". "Um saco de milho (com 60 quilos) está custando R$ 80,00. É um dinheiro que poderia ser economizado se a safra tivesse sido boa", argumenta. Seu Antônio Mossoró lembra que colheu 112 sacos de milho na safra passada, que serviu de alimento para a família, animas e sobrou até para vender. "Já neste ano, eu estou achando que vou ter que comprar", observa. Jornal DeFato
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