segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Produção do Mel na rota do turismo


A palavra empreendedorismo foi utilizada pelo economista Joseph Schumpeter em 1950 como: "sendo uma pessoa com criatividade e capaz de fazer sucesso com inovações". Em 1970, Peter Drucker, considerado o pai da administração, introduziu o conceito de risco para o empreendedor, "uma pessoa empreendedora precisa arriscar em algum negócio". E foi pensando assim que Giomar Neves Lopes, 46, ingressou na apicultura.

Depois de sofrer um acidente e perder o emprego de garçon e parte dos movimentos do braço esquerdo, o pai de cinco filhos, ousou e é hoje considerado um dos mais renomados apicultores da região. "Em um dos momentos mais difíceis da minha vida encontrei no mel produzido pelas abelhas a oportunidade de tornar a vida da minha família mais doce e confortável", relembrou.

De acordo com ele, para começar a trabalhar teve que conseguir 10 colméias emprestadas, e com isso fez um empréstimo através do Programa Nacional de Agricultura Familiar - Pronaf, do Banco do Nordeste , onde foi o pontapé para uma história de muito sucesso. "É uma área de atuação muito boa, e comecei praticamente sem nada. Comecei com essas 10 colméias, e após um empréstimo do pronaf fui tendo condições de aumentar a produção, onde hoje posso contar em torno de 10 toneladas por ano", disse.

Sempre ao lado da esposa, Maria do Socorro Lima Lopes e dos cinco filhos, Geomarck, Gilmara, Giovanna, Georgianna e Giordanna, o pequeno produtor ,assim como as abelhas, não parou de crescer e produzir, e hoje, sua Bodega do Mel já está incluída na rota do turismo, denominada " Do sertão para o mar".

Na última sexta-feira (09), uma equipe de representantes de empresas de turismo, visitou o comércio no assentamento Boa Fé, para conhecer de perto o trabalho do pequeno produtor. É que a produção do "Rei do Mel", está sendo incluída na rota do turismo da região oeste do RN. "Estamos aqui para difundir uma nova opção de turismo no estado. E a produção e o beneficiamento do Mel, junto com essa história do pequeno produtor, é importantíssima. Cria algo que faltava no RN. Temos que aproveitar as potencialidades da região, porque o turista certamente vai querer vir conhecer de perto", disse entusiasmada Gleyce Paiva, de uma empresa de turismo sediada em Natal.
"Fico muito feliz, porque a chegada de turistas será mais uma vitória para nossa renda", disse Giomar Lopes. O pequeno produtor adquiriu uma máquina de beneficiamento do mel em sachê e construiu seu pequeno comércio, no assentamento Boa Fé, na BR 304 - saída para Fortaleza - onde reside com a família.

O sucesso de Giomar e de suas abelhas já foi destaque nos programas Pequenas Empresas Grandes Negócios, da rede Globo e nas revistas Globo Rural e Sebrae. O 'rei das abelhas' disse que até hoje ainda paga o empréstimo que contraiu junto ao BNB, porque as parcelas são anuais, mas a produção vai aumentando a cada boleto que é pago. " Vou pagando a parcela do banco e comprando mais colméias, mais máquinas, e isso me deixa muito feliz", destacou Giomar, acrescentando que " quando estive em Brasília recebendo um prêmio junto a Jorge Gerdau, vi que o meu esforço estava sendo reconhecido. E o que me disseram foi que o meu prêmio era do tamanho do meu sonho", disse emocionado.

Hoje, na bodega do Mel, o produto é comercializado em forma de sachês, potes, geléia real, entre outros. "Quanto mais aprofundo meus conhecimentos no mundo das abelhas, mais tenho vontade de aprender. Estou sempre na busca de novas oportunidades. Tenho aprendido a viver com as bravas ferroadas e o doce mel das abelhas", filosofa o agricultor familiar.

A garra de Giomar, um assentado da reforma agrária e de centenas de apicultores do Rio Grande do Norte, ganhou fôlego com a criação de duas unidades que finaliza o processamento de mel e o negocia com compradores internos - os entrepostos de mel. Outro impulso à atividade foi a implantação, em fase conclusiva do Centro Tecnológico Temático de Apicultura, Cetec e do 1º laboratório de análise do mel do estado, necessário para emitir aos produtores o laudo, exigido pelo Ministério da Agricultura.
Além de estar na rota do turismo na região oeste, o mel potiguar já é exportado para os Estados Unidos e parte da Europa.
Correio da Tarde

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